O Vaticano realiza nesta semana uma conferência de cinco dias para marcar o 150º aniversário da publicação do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin, publicado em 1859 e que traça as bases da teoria da evolução. Essa é uma das duas conferências acadêmicas internacionais que estão sendo patrocinadas pelo Vaticano em 2009. O objetivo das conferências é promover uma nova análise do trabalho de cientistas cujas ideias revolucionárias desafiaram as crenças religiosas, como o astrônomo Galileu Galilei [ainda tem coragem de falar em Galileu...] e o biólogo britânico Charles Darwin.
Cientistas, filósofos e teólogos do mundo todo se reúnem na famosa Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma para discutir a compatibilidade da teoria da evolução de Darwin com os ensinamentos católicos. Igrejas cristãs têm sido hostis à teoria de Darwin devido ao fato de ela entrar em conflito com a versão bíblica da criação do mundo. Mas a Igreja Católica nunca condenou Darwin como condenou e silenciou Galileu Galilei. O papa João Paulo 2º, por exemplo, afirmava que a evolução era “mais do que uma hipótese”.
Mas, mesmo recentemente, em 2006, o cardeal católico Christoff Schoenborn, de Viena, ex-estudante e amigo do papa Bento 16, gerou polêmica ao afirmar que a teoria da seleção natural de Darwin era incompatível com a fé cristã.
O professor Francisco Ayala, importante estudioso americano da área de biologia, planeja defender na conferência que a chamada teoria do design inteligente, proposta pelos criacionistas, tem falhas. “O design de organismos não é o que se esperaria de um engenheiro inteligente”, afirma Ayala. “Defeitos, disfunções, esquisitices, desperdício e crueldade permeiam o mundo.”
(BBC Brasil)
Nota: O grande problema decorre da alegorização do texto sagrado. Ao interpretar como não histórico o relato de Gênesis, a Igreja Católica embarca numa contradição sem fim. Se a evolução foi o processo usado por Deus para criar o ser humano, como quer o papa, a morte e as doenças existiram antes do primeiro casal de humanos e, portanto, a morte e as doenças não são resultado do pecado e, sim, algo inerente à criação! Deus, no fim das contas, acaba responsável pela morte e pelas imperfeições no projeto que sempre deveria ter sido verdadeira e plenamente “inteligente”, perfeito. Ao sancionar a mudança do sábado para o domingo, em desobediência direta aos preceitos bíblicos, o papado abriu a porta para modelos como o darwinismo, que, em última instância, nega a criação segundo Gênesis. Quando mistura darwinismo e Bíblia, o papa tenta o impossível. Finalmente, seria bom que Ayala obtivesse uma explicação teológica para a origem dos “defeitos, disfunções, esquisitices, desperdício e crueldade [que] permeiam o mundo”, mas acho que não será no Vaticano que ele encontrará essa resposta. Quando se depara com uma ponte ou um prédio com defeitos, você logo conclui que ele é fruto do acaso? Ou conclui que, embora defeituosas, essas edificações pressupõem um projetista? Os defeitos no “projeto” apontam para um problema. A Bíblia dá nome a esse problema: pecado. Infelizmente, o Vaticano só contribui para aumentar o distanciamento das pessoas de Deus, ao apresentá-Lo como o criador do bem e do mau. Lamentável.[MB]
FONTE:
http://criacionista.blogspot.com
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